quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Chegou a Gabriela

No passado dia 17, dia de parto previsto, às 12:01 chegou a nossa querida Gabriela.

Tenho de confessar que o parto foi completamente diferente de tudo o que poderia imaginar.

Na 3ª-feira fomos mais uma vez ao obstetra para ver se as caminhadas tinham surtido o efeito pretendido no colo do útero. Fez um toque a sério e o colo estava permeável a 1 dedo. No dia seguinte ele ia estar de banco logo de manhã e disse para ir ter com ele as urgências por volta das 10:00.

Passei mal a noite, estava um pouco dorida do toque mas consegui dormir a noite. De manhã deu-me uma dor de barriga brutal e tive uma grande diarreia, pensava eu que devido as castanhas da véspera. Voltei para a cama mas pouco depois chegou a Leonor ao pé da nossa cama a pedir o leite. Levantei-me novamente e quando estava a aquecer o leite comecei a perder líquido amniótico ensanguentado e percebi que chegara o momento.

Mas pouco depois começaram logo as contracções que rapidamente se tornaram fortes e muito próximas. Foi uma correria para preparar a Leonor para a escola ao mesmo tempo que metia na mala os produtos de higiene e me vestia.

Enquanto o Tio Paulo levava a Leonor para a escola o Ricardo chamou o táxi. O taxista só me dizia: "Não vai ter a criança no meu táxi, pois não?" A viagem até ao hospital pareceu-me uma eternidade. Às 11:00 dava entrada nas urgências e a senhora da recepção disse para entrar logo. Puseram-me a fazer o CTG e as contracções estavam coladas umas as outras com picos de 100% e disse as enfermeiras que começava a ter vontade de fazer força. Finalmente o meu médico chegou na sala e ele tratou de acelerar o internamento.

Às 11:30, já no bloco de partos, as enfermeiras perguntaram-me se queria epidural, ao que disse que sim. Veio a anestesista, entretanto uma das enfermeiras verificou a dilatação, ela disse que já estava com 5 dedos de dilatação, mas pediu a outra para ver também mas ela disse que já estava com 6 ou 7 dedos. Já não dava tempo para a epidural. Então apressaram-se a meter o cateter com o soro e tirar sangue para análise. Eu já estava por tudo.

A sala encheu rapidamente, eram estagiários, enfermeiras e outras pessoas. Mas nada do meu médico, nem do Ricardo. Então veio uma vontade doida de fazer força, completamente incontrolável que percorreu o meu corpo como um espasmo e então a bolsa rompeu de vez. As enfermeiras entraram em stress: "Ela está em pleno período expulsivo. Chamem alguém, é para quem quiser!!". Lá se lembraram de perguntar se estava acompanhada, eu disse que o meu marido estava na sala de espera, então uma delas disse: "Chamem-no já ou ele não vê a criança nascer!!".

A partir foi a loucura, entrei em stress pela velocidade em que tudo se estava a desenrolar. Só lhes perguntava se podia fazer força, concentrada na minha respiração e em cumprir todos os ensinamentos do curso de preparação para o parto. Tinha de fazer exactamente o que me iriam dizer.

Fiz força uma série de vezes, mas a Gabi tinha subido e não descia. Alguém me disse que me iam dar uma anestesia, mal sabia eu a dor abominável que ia sentir. Continuo sem saber se foi a anestesia local ou corte que me fizeram e que senti pela anestesia não ter tido tempo para actuar.
Também não vi a ventosa. Mas apercebi-me da aflição delas e percebi que o ritmo cardíaco dela estava a abrandar. Fiz força mais umas quantas vezes, por fim ela saiu e meteram-na em cima da minha barriga. Foi uma sensação indescritível, vê-la em cima de mim a chorar e claro que chorei como uma madalena, feliz de ver que ela estava bem.

Ouvi o peso: 2,590kg, mais leve que a Leonor. No dia seguinte mediram-na: 43,5cm, mais pequena que a Leonor. Quanto ao apetite, acho que consegue ser ainda mais voraz do que o da Leonor. Temos mais uma lontrinha na família :)

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